Relato sobre a TV em Belém

Por Zé Paulo Vieira da Costa

 

Este é um relato sucinto da nossa televisão em Belém.   Ele pode e deve ser alterado, mudado, acrescido. Busca apenas dar uma noção do que aconteceu desde a inauguração da primeira emissora até os dias de hoje. Quem souber contar melhor, colabore conoscoVamos .  

 

O INÍCIO

Em setembro de 1961 surge a televisão em Belém do Pará.  É inaugurada a Tv Marajoara canal 2, pertencente aos Diários e Emissoras Associadas.  Assis Chateaubriand, o cap desse conglomerado de comunicação brasileiro, não está presente, já havia tido o AVC que o deixou numa cadeira de rodas. A emissora marca pela exibição de filmes, desenhos e programação local ao vivo (o video-tape só chega entre nós nos ultimos anos da década de 1960).  Programas de auditório, programas jornalísticos, musicais e novelas feitos em estúdio caracterizam a primeira das estações de tv de Belém.

 

Logo - TV Marajoara

Logo – TV Marajoara

 

A PRIMEIRA CONCORRENTE

Em 1967 é inaugurada a primeira concorrente, a TV Guajará canal 4, pertecente à família do ex-prefeito de Belém e ex-deputado federal, Lopo Alvarez de Castro, já, então, dono da Rádio Guajará. O comando dos veículos é entregue à mulher de Lopo, Dona Conceição Lobato de Castro. A emissora era pra ser montada onde funciona a Garagem Modelo, até hoje um misto de estacionamento e depósito de bebidas, no primeiro quarteirão da Avenida Nazaré, o bairro mais nobre de Belém.  Mas, entre outros fatores, por economia, acaba montada, de início, em dois apartamentos do último andar do Edifício Manoel Pinto da Silva, inaugurado 7 antes antes, na mesma Avenida Nazaré, esquina com a Avenida Serzedêlo Corrêa. A TV Guajará começa com alguma programação local, feita no estúdio improvisado no salão principal de um dos apartamentos. O grosso da programação, no entanto, além de filmes e desenhos, mistura programas da então iniciante TV Globo e da já combalida Tv Excelsior, até se transformar, em 1969, na primeira afiliada oficial da Rede Globo de Televisão. Assim permanece até o início de 1976, embora o aviso formal de que a Globo não renovaria o contrato tenha chegado no ano anterior.

 

Ao fundo, ed. Manuel Pinto da Silva

Ao fundo, ed. Manuel Pinto da Silva

 

NOVOS TEMPOS

Entre os anos 1976 e 1988 o panorama das tvs, em Belém, passa por mudanças radicais e reviravoltas que iriam mudar para sempre a história das comunicações no Pará.  Até 1976 tínhamos a TV Marajoara Canal 2, emissora dos Diários Associados e integrante da Rede Tupi, e a TV Guajará canal 4 que integrava a recém-consolidada Rede Globo de Televisão.

A Marajoara funcionava em prédio próprio, com estúdios maravilhosos e estrutura física de dar inveja a muitas geradoras.  A Guajará era instalada no 25. andar do edifício Manoel Pinto da Silva. Ambas as emissoras, porém, possuíam equipamentos muito pouco competitivos para os novos tempos de então, além de sinal ruim no ar.

 

Abílio Couceiro, apresentador e entrevistador do canal 2.

Abílio Couceiro, apresentador e entrevistador do canal 2

 

Em março de 1976 a TV Guajará perde a programação da Globo que passa a ser exibida, a partir de abril, na nova emissora que surgia, a TV Liberal canal 7, montada dentro dos  mais modernos requisitos exigidos para uma afiliada de primeira linha e com transmissor 5 vezes mais potente que o das concorrentes, além de um sistema de transmissão perfeito, abrangendo a cidade com sinal uniforme e seguro, além de também chegar aos municípios vizinhos a Belém.

 

Instalações da TV Liberal (foto: Memória da Televisão Paraense – 2002)

 

Em julho de 1980 o Governo Federal fecha a Rede Associada, com excessão das emissoras de Brasília e de Salvador.  Foi o fim da TV Marajoara de Belém.  Ainda em 1980 o Governo anuncia a abertura de concorrência para nova exploração desses canais, dessa vez divididos em 2 blocos.

Em 1981 Sílvio Santos ganha um desses blocos, o que continha o canal 2 de Belém. Um ano depois surge a TVS canal 2, ainda no mesmo ano passando para o canal 5. Foi instalada, para surpresa de muitos, em um dos apartamentos do 25. andar do edifício Manoel Pinto da Silva, alugado pelos donos da TV Guajará que encolheram as instalações do canal 4 para dar lugar à nova concorrente.  Pouco tempo depois, a gentileza era esclarecida: a família Castro, dona da Guajará, compra o prédio da extinta TV Marajoara e se instala com novos equipamentos, a partir de 1983. E, pra valer, nem se sabe se, realmente, os homens de Silvio Santos se interessariam pelo prédio da extinta associada. O fato é que, a partir daí, a programação local popular passa a ser o forte do canal 4 de Belém, com pontos expressivos de audiência, integrando, nacionalmente, na época, a partir de 1978, a Rede Bandeirantes. Nos anos 90 a emissora é vendida para a Assembléia de Deus e passa a se chamar TV Boas Novas Belém.  O nome vem de um programa que a igreja estreia no início dos anos 80, no mesmo canal.

Em 1986 o Governo do Estado inaugura a TV Cultura do Pará que ganha o canal 2. A freqüência passou a ser cativa para a finalidade do apoio à educação e à divulgação da cultura.

E em 1988 é inaugurada a TV RBA, Rede Brasil Amazônia de Televisão, pertencente, então, à holding Belauto do empresário Jair Bernardino de Souza. Foi instalada em prédio e torre suntuosos e contruídos para isso, em plena Avenida Almirante Barroso. Começa integrando a Rede Manchete, da família Bloch, esta nascida da concessão do segundo bloco de emissoras que pertenciam às Associadas. As primeiras novelas e os primeiros programas que a rede produz, além do jornalismo, começam tirando pontos preciosos das redes concorrentes.

 

Na RBA, pela primeira vez ao vivo, o Círio fluvial (1989).

Na RBA, pela primeira vez ao vivo, o Círio fluvial (1989).

 

Em Belém, a estratégia de Bernardino para a RBA é consolidar uma emissora de televisão forte, competitiva, bem montada, muito bem equipada, e, embora integrada à uma rede nacional, com ampla vocação regional. Isto não para dar suporte de comunicação a todas às empresas Belauto, mas também para ajudar o grupo a alçar novos negócios. A idéia é, a partir de Belém, gerar, via satélite, programação de rede mas também expressiva grade regional para, inicialmente, 49 pontos no Pará, e, ao mesmo tempo, brigar inteligentemente por maior espaço para fazer programação regional. Jair acreditava que poderia formar uma rede com emissoras na Amazônia e região central do Brasil, a partir de Belém. A concorrência prendeu a respiração.

A nova emissora diz logo a que vem, através de jornalismo robusto, tanto factual quanto o de eventos. As matérias produzidas, com presença constante nos telejornais da Rede Manchete, muitas com repercussão internacional. No telejornalismo local, além dos telejornais e programas, marca, entre outras, pela transmissão pioneira, ao vivo, do Círio Fluvial. Todas as datas importantes são, então, transformadas pela RBA em especiais de tv: carnaval, quadra junina, Círio de Nazaré, Natal. Também cria eventos. Um, pelo menos, é, até hoje, tradição em Belém: a queima de fogos, na torre da emissora, na passagem do ano.

Em 1997 surge o canal 10 de Belém com a inauguração da Record Norte.

Daí por diante, a inauguração de canais acima do 13, pertencentes à banda UHF.

 

HOJE
Belém está entre as capitais brasileiras mais bem servidas por canal de tv, a maioria através de sinal digital. E muitas transmitindo em HD, a alta denifição.  Toda essa tecnologia garante exibição segura, além da programação, dos comerciais e outros formatos exibidos no intervalo comercial.

 

 

 

 

 

 


Uma resposta para Relato sobre a TV em Belém

  1. olho de aguia disse:

    eu gostaria de saber a onde estar os garotos cidades da canal 4 que era composta com as dançarina reupp, gissa, e a suk suk e o darlan todos dançarinos na época 1989

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